quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Coração e futebol

Confesso que o começo foi bastante tenso para mim. Depois de muito esperar, decidimos colocar o pequeno numa escolinha de futebol, coisa que ele vinha pedindo há algum tempo. Achamos um único local que ficava perto de casa e tinha horários compatíveis com nossa rotina. O preço era amigável. Enfim, tudo certo, se não fosse um detalhe: os alunos deveriam ter entre 6 e 15 anos, e o nosso “craque” mal havia completado cinco. Eu, mãe, não queria. Ele, pai, tanto insistiu que acabou levando.

O primeiro dia de aula confirmou minhas suspeitas: o Gabriel era no mínimo uma cabeça menor que todos os demais jogadores. Pior: dois deles já estavam no limite final de idade, e mais pareciam adultos no meio da criançada. Coração apertado, assisti ao treino colada na grade do campo, pronta para invadir ao menor sinal de jogada perigosa.

Qual não foi minha surpresa ao ver, no final da aula, que nada de grave tinha acontecido. Pelo contrário: nosso moleque acabou se transformando numa espécie de “mascote” do time, recebendo elogios a cada passe bom que seus cinco anos permitiam fazer. Resultado: está adorando sua rotina de jogador. Já eu, passadas algumas semanas, me conformei com esse amor masculino pelo futebol. Nem fico mais colada na grade. Só o coração permanece meio acelerado, como se estivesse numa final de campeonato.

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