quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Fugindo da gripe

Em pleno auge da Gripe A, há algumas semanas, gente morrendo ou ficando mal no hospital, uma mãe animada mas pouco zelosa resolveu convidar todos os coleguinhas de seu filho para uma festinha de aniversário num buffet infantil. Para quem não sabe esses locais, considerados pelos pequenos o Paraíso na Terra, são também o Éden da Transmissão de Gripes e afins. Não há janelas e portas abertas, é impossível limpar com álcool os milhares de brinquedos, e mais ainda catar as crianças para lavar as mãos ou limpar o nariz.
Resumindo, eu e o maridão avaliamos prós e contras e concluímos que seria melhor nosso filho ficar em casa. Coube a mim transmitir a decisão ao moleque.
A reação veio em lágrimas – muitas – e numa sentença:
– Hoje é o pior dia de toda a minha vida!!
Admito que em uma “longa” vida de cinco anos esse deve ter sido o pior dia mesmo. O desconsolo foi ampliado com a constatação de que as outras mães, na maioria, estavam sendo tão zelosas quanto a do aniversariante.
Não houve argumentação nem compensação que tirasse o inconformismo do meu filho, mas batemos pé e não cedemos. A festa passou, ele me olhava brabo a cada vez que encontrávamos o colega na escola, e ficou tenso quando recebeu, há pouco, convite para outra festinha em um Paraíso Infantil.
Dessa vez, já não tão apavorados com a Gripe e comovidos com olhares suplicantes do Gabriel, liberamos.

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