segunda-feira, 1 de março de 2010

Surdo e mudo?

Domingão, final de tarde, todas as crianças da vizinhança brincando na rua, em frente a nossa casa. Bicicletas, patinetes, carrinhos, bonecos amarrados a pára-quedas de saco de supermercado, lutas de espada, burburinho geral.
Como o entra e sai em busca de novos brinquedos era grande, deixamos a cachorra presa e o portão aberto.
E foi então que o surdo e mudo se materializou. Quando vi, já tinha ultrapassado o portão e estava quase dentro da nossa casa. Era um senhor beirando os 40 anos, levando na mão um papel onde pedia ajuda, falava das suas deficiências e oferecia doces - R$ 3 cada um.
Expliquei a ele, com gestos, que não queria. Encaminhei-o ao portão e olhei para a rua, procurando meu filho com os olhos.
Percebi então que, rapidamente, o cara havia dado meia volta e estava entrando em nossa casa. Pedi para ele sair e nada. Chamei o maridão, que por sorte estava na sala. Ele se levantou, e perguntou para o surdo e mudo quem ele pensava que era, para ir entrando assim na casa dos outros, e que fosse saindo imediatamente para não se arrepender.
Para minha surpresa, não é que o safado ouviu tudo e se mandou rapidinho?!

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