segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Parada


Durante as próximas semanas, darei uma parada no blog para me dedicar aos estudos.

Em dezembro, devo estar de volta...

Deixo uma foto do Gabi: "Vai estudar, mãe, senão..."

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cigano

– Mãe, o meu amigo perguntou qual era o meu cigano, mas eu não sabia...
– Cigano?!
– É. Ele disse que o dele era escorpião.

Sonhando e voando

Estávamos brincando no jardim de nossa casa quando Gabriel resolveu me contar qual era a coisa de que ele mais tinha medo. Não era de monstro, de bandido ou de ficar sozinho. Seu maior medo era de não conseguir acordar. Sabe aquele momento em que estamos dormindo mas não queremos mais dormir, tentamos abrir os olhos, tentamos e tentamos e não conseguimos? Exatamente. Meu filho contou que outro dia ficou nessa situação. Tentou abrir os olhos, mas só conseguiu ficar “voando” pelo quarto, observando do alto, até eu surgir carregando uma caixinha misteriosa, que deixei cair no chão. Foi só então que acordou.

Eu mesma já tive muitos sonhos como esse. Saía passeando pela casa enquanto meu corpo permanecia na cama. Uma vez, joguei meu braço longe, pois tinha certeza que não era meu. Ainda me lembro de um sonho remoto, do tempo em que dormia no berço. Tentava esticar as pernas, mas não conseguia, por mais que girasse e girasse. Meu filho tem razão. Tentar acordar pode ser uma experiência muito difícil.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Correria


Depois de 12 quilômetros de muita lama, pedras, córregos, subidas e descidas íngremes e escorregadias, a melhor parte da corrida de sábado foi, definitivamente, a chegada, onde me aguardavam, com o apoio de sempre, o maridão e o filhote. Parabéns para a equipe! Não ficamos em primeiro, mas também não ficamos em último!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009



Amanhã participo da corrida Mountain Do da Lagoa da Conceição. Trilha com subidas e descidas, pedras, rios. Minha equipe, formada por oito pessoas, é da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte. Tomara que as chuvas e ventos previstos decidam ir para outro lugar.

O Gabriel já me viu duas vezes no pódio. Uma vez, na corrida da Track&Field, fiquei em terceiro. Outra, na Rústica Volta da Lagoa da Conceição, cheguei em segundo.

Mas o safadinho ainda acha que sou "uma corredora muito ruim", já que nunca levei ouro.

Não é fácil, filhote!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Vou te ligar 30 vezes

Na despedida, antes do trabalho, em dia de folga na escolinha:
– Mãe, me dá o número do teu celular. Vou ficar com tanta saudade que vou te ligar 30 vezes durante a tarde.
Sete horas depois, na casa da avó...
– Cheguei, meu amor! Ficou com saudades?
– Ih, nem liguei, né?!

Livros e barcas

Lá em casa sempre fomos apreciadores das letras. Assinamos três jornais diários e duas revistas. Temos estantes com muitos livros, de temas tão variados quanto variados são os interesses das diferentes pessoas que lá habitam. Guardamos, pelo menos durante algumas horas, todos os impressos que nos são oferecidos nas ruas, restaurantes, farmácias, lojas. Até temos jogos de montar palavras.

Claro que tudo isso nunca foi garantia de que o nosso rebento, quando idade para isso tivesse, seria um adepto da leitura. Mas seus cinco anos de vida já apontam para uma certeza: sim, ele ama os livros.

Toda noite, antes de dormir, leio para o Gabriel. Ficamos deitados, juntinhos, absorvendo histórias, palavras, personagens, ilustrações. Reparamos em detalhes interessantes, rimos de situações engraçadas, sofremos com rumos complicados. Quando o livro é muito comprido, ou estou muito cansada, interrompo na metade, com a promessa de continuar no dia seguinte. Ele não gosta, mas aceita. O que ele não aceita, de jeito nenhum, é dormir sem ler. Nem que seja só um pouquinho. Até fica com lágrimas nos olhos. E eu, claro, cedo, louca para ver seu rostinho compenetrado, os ouvidos atentos ao som de novas histórias.

Obviamente uma rotina de tanta leitura exige uma boa variedade na oferta de livros. Crianças até gostam de repetir histórias, reler até entender os detalhes, ou até saber o texto de cor, como se elas mesmas estivessem lendo. Mas tudo tem um limite, e a linha para a chateação fica logo ali, depois da décima letra z.

Por isso quando descobrimos, na Lagoa da Conceição, a Biblioteca Barca dos Livros, ficamos exultantes. Fãs. Melhor: verdadeiros fãs de carteirinha. Sábado sim, sábado não, estamos lá. Lendo e pegando livros emprestados. Alguns são tão legais que relemos várias vezes. Outros me surpreendem. Nunca imaginei, por exemplo, que o Gabriel passaria a se interessar pelos Beatles após ler “Yellow Submarine”, com uma história absurda e tresloucada sobre o famoso quarteto, cheia de luvas voadoras, cães de quatro cabeças e homens azuis. Relemos o livro tantas vezes que até passou a fazer sentido: tudo o que precisamos é de amor! Melhor ainda se ele vier entre as páginas de algum livro...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Indústria das formaturas

Conversa registrada no final de semana, em uma festa de aniversário:

- Ano que vem tem a formatura dos nossos filhos. Parece que vai ser legal...
- Vai ter festa?
- Claro. Vão inclusive alugar salão no Hotel Maria do Mar. Vai ser chique!
- E quem vai pagar?!
- Somos nós! Em vezes, eu espero.

Detalhe: a formatura em questão não era de universitários nem de estudantes concluindo o ensino médio, e sim de crianças de seis anos de idade, concluindo o ensino infantil!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Coração e futebol

Confesso que o começo foi bastante tenso para mim. Depois de muito esperar, decidimos colocar o pequeno numa escolinha de futebol, coisa que ele vinha pedindo há algum tempo. Achamos um único local que ficava perto de casa e tinha horários compatíveis com nossa rotina. O preço era amigável. Enfim, tudo certo, se não fosse um detalhe: os alunos deveriam ter entre 6 e 15 anos, e o nosso “craque” mal havia completado cinco. Eu, mãe, não queria. Ele, pai, tanto insistiu que acabou levando.

O primeiro dia de aula confirmou minhas suspeitas: o Gabriel era no mínimo uma cabeça menor que todos os demais jogadores. Pior: dois deles já estavam no limite final de idade, e mais pareciam adultos no meio da criançada. Coração apertado, assisti ao treino colada na grade do campo, pronta para invadir ao menor sinal de jogada perigosa.

Qual não foi minha surpresa ao ver, no final da aula, que nada de grave tinha acontecido. Pelo contrário: nosso moleque acabou se transformando numa espécie de “mascote” do time, recebendo elogios a cada passe bom que seus cinco anos permitiam fazer. Resultado: está adorando sua rotina de jogador. Já eu, passadas algumas semanas, me conformei com esse amor masculino pelo futebol. Nem fico mais colada na grade. Só o coração permanece meio acelerado, como se estivesse numa final de campeonato.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Meu neném cresceu

– Mãe, o que é isso aqui no armário?! Eu não uso mais mamadeira! Vou jogar no lixo.
– ...

Fugindo da gripe

Em pleno auge da Gripe A, há algumas semanas, gente morrendo ou ficando mal no hospital, uma mãe animada mas pouco zelosa resolveu convidar todos os coleguinhas de seu filho para uma festinha de aniversário num buffet infantil. Para quem não sabe esses locais, considerados pelos pequenos o Paraíso na Terra, são também o Éden da Transmissão de Gripes e afins. Não há janelas e portas abertas, é impossível limpar com álcool os milhares de brinquedos, e mais ainda catar as crianças para lavar as mãos ou limpar o nariz.
Resumindo, eu e o maridão avaliamos prós e contras e concluímos que seria melhor nosso filho ficar em casa. Coube a mim transmitir a decisão ao moleque.
A reação veio em lágrimas – muitas – e numa sentença:
– Hoje é o pior dia de toda a minha vida!!
Admito que em uma “longa” vida de cinco anos esse deve ter sido o pior dia mesmo. O desconsolo foi ampliado com a constatação de que as outras mães, na maioria, estavam sendo tão zelosas quanto a do aniversariante.
Não houve argumentação nem compensação que tirasse o inconformismo do meu filho, mas batemos pé e não cedemos. A festa passou, ele me olhava brabo a cada vez que encontrávamos o colega na escola, e ficou tenso quando recebeu, há pouco, convite para outra festinha em um Paraíso Infantil.
Dessa vez, já não tão apavorados com a Gripe e comovidos com olhares suplicantes do Gabriel, liberamos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Reinado

Quando meu filho nasceu, há cinco anos, olhou para mim e nem precisou pedir nada.
Era o rei do meu coração.